Veja: Na sua opinião, qual é o papel do artista?
A. Veronese: Nós temos a obrigação da insolência. (...) A insolência é uma arma extraordinária para quebrar o iceberg da passividade. Insolência é o direito de desconfiar da solenidade caricata de um estado incompetente. Bertrand Russell [filósofo britânico] dizia que a solenidade é, muitas vezes, apenas um disfarce para a impostura.
in Veja
Antonio Veronese: sucesso da arte brasileira em Paris
9 de junho de 2009
Por Maria Carolina Maia
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Hoje mesmo onde outrora se costumava expor, parece que a arte está sendo cada vez mais exibida.
Exibir consiste basicamente em mostrar algo a um determinado público diretamente, sem rodeios; é uma inspeção. Tal inspeção, por um lado demonstra certa frieza, por outro é ostentação. A exibição é explícita, e o artista é o exibicionista.
Mas será mesmo necessário dançar em cima da mesa?
A exposição se apresenta mais sutil, e vai se elevando, autoexplica-se em seu processo narrativo. Seu discurso é desenhado para revelar uma informação que deixa transparecer seu percurso.
Mostrar é parte do processo criativo, o fechamento de um ciclo e a semente do que está por vir. Este mostrar, portanto, não deveria estar dissociado de todo o processo. Não deve ser descartado, mas tampouco pode se tornar o tirano entronado no trabalho do artista.
Por trás de cada trabalho há tanto a ser dito, cada inspiração e expiração de uma obra que é inseparável do artista que a criou. Que possa ser exposto com o centramento e equilíbio com que foi concebido e desenvolvido, e que assim possa trazer benefícios a todos.
Da natureza do mostrar: Exibir ou expor?
No grande país do norte, a arte sempre se mostrou em exibições.
Hoje mesmo onde outrora se costumava expor, parece que a arte está sendo cada vez mais exibida.
Exibir consiste basicamente em mostrar algo a um determinado público diretamente, sem rodeios; é uma inspeção. Tal inspeção, por um lado demonstra certa frieza, por outro é ostentação. A exibição é explícita, e o artista é o exibicionista.
Mas será mesmo necessário dançar em cima da mesa?
A exposição se apresenta mais sutil, e vai se elevando, autoexplica-se em seu processo narrativo. Seu discurso é desenhado para revelar uma informação que deixa transparecer seu percurso.
Mostrar é parte do processo criativo, o fechamento de um ciclo e a semente do que está por vir. Este mostrar, portanto, não deveria estar dissociado de todo o processo. Não deve ser descartado, mas tampouco pode se tornar o tirano entronado no trabalho do artista.
Por trás de cada trabalho há tanto a ser dito, cada inspiração e expiração de uma obra que é inseparável do artista que a criou. Que possa ser exposto com o centramento e equilíbio com que foi concebido e desenvolvido, e que assim possa trazer benefícios a todos.
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